SENTIMENTOS DE TRISTESA caminhando
UMA COMPANHIA QUE PARTIU
Haverá alguém que consiga dominar os sentimentos?
Há dias li no blogue de pessoa amiga, o quanto lhe tinha custado a perda de uma amiga de casa com a qual compartilhava momentos de prazer e alegria.
Tratava-se de uma gatinha, pela qual, segundo me apercebi, todos os residentes da casa tinham grande estima e amizade.
Não comentei esta notícia no blogue desta amiga, não por achar que a notícia dada no post não tinha interesse, ou por falta de vontade de o fazer.
Simplesmente eu, que qualquer dia vou setentar, tinha também um pequeno drama e estava a vivê-lo com intensidade.
Acreditem mesmo. Estragou-me o Domingo de Páscoa.
Bem sei que há muita gente que, ou por falta de coragem ou por receio de poderem vir a ser motivo de chacota pela sinseridade demonstrada, retraiem certos sentimentos que nutrem por certas "companhias".
Mas esse não é seguramente o meu caso.
Por isso vou contar:
Eu tinha em minha casa três gatinhos: - a “boneca”, a “andorinha” e o “ruca”.
A andorinha recebeu o nome em “homenagem” ao primeiro animal de estimação que eu tive, quando eu tinha mais ou menos seis anos. Tanto esta que eu tenho presentemente como aquela que lhe deu o nome eram e são de cor preta e branca; o ruca, todo branquinho, que eu encontrei de bébé na rua, é todo branquinho e começou por se chamar “lili”. O nome foi-lhe dado pelo meu nétinho Miguel que na altura tinha três anos e meio, por influência de um “personagens” dos desenhos animados que na altura eram o “best beloved” da pequenada na televisão. Como era muito pequenino, enganamo-nos no sexo e só alguns dias depois nos apercebemos que se tratava não de uma mas de um. Assim e seguindo o mesmo critério que tínhamos seguido para “lili”, seguimos para “ruca”.
Havia então ainda a razão do meu “entrave” quanto ao não-comentário ao tal post da minha amiga no “soumaiseu”.Tratava-se da nossa “boneca”, de cor tigrada, cujo nome foi dado pela minha esposa, também em “homenagem” a uma das gatinhas que tinha tido na sua infância.
Há cerca de um ano e meio á nossa “boneca” foi detectado um tumor maligno. Foi operada e foi-lhe dada uma vida de mais ou menos seis meses. Ela viveu cerca de um ano e meio e hoje, muito debilitada e com mais de treze anos faleceu, deixando-nos tristes e com imensas saudades.
Foi pois este o motivo do não-comentário. É que eu já esperava este desenlace mais dia menos dia.
E esse dia chegou hoje, Domingo de Páscoa.
Todos nós, os que gostamos de animais, sabemos que a vida deles, relativamente aos gatos, treze anos é já alguma longevidade.
Contudo, parece que estamos sempre à espera que estes anos não passem.
Mas eles passam e com eles vamos perdendo estes “amigos”que tanta companhia nos fazem durante a vida.
Ao partirem deixam-nos tristeza e saudade que tentamos atenuar com outro que o irá suceder mas não substituir.
A boneca partiu e, creditem, deixou-me triste e com saudades.
Por isso eu digo:
Também nós vamos caminhando ......Caminhando....
FAfonso