OS AVÓS
E
OS SEUS NETINHOS
Chegando à idade em que na maioria dos casos começamos a pensar em alguns anos de vida mais calmos e menos desgastantes, começamos também a pensar em como seria bom poder ter sobre os joelhos aqueles pequenos seres que seriam a nossa continuidade, depois da passagem por esta vida, tantas vezes recheada de sacrifícios de ordem diversa, mas também de alegrias várias.
São esses seres os nossos netos, em regra traquinas e ao mesmo tempo amorosos.
No entanto, com a idade chegam também, em regra, algumas doenças. Umas mais graves que outras, mas, qualquer delas, inibidoras da tal vida mais calma e menos desgastante a que atrás me referi.
Mas, e em especial irei apenas referir os meus netinhos: O Miguel e a Marta.
O Miguel, o mais velhinho tem já seis anos. É muito irrequieto e também muito amoroso e de ideias próprias. Fez a pré primária no JIFA -Jardim Infantil da Freguesia do Anjos e entrou este ano em Setembro para o Externato Passos Manuel, situado na rua do mesmo nome.
São dois Estabelecimentos dedicados aos mais novos e situados muito perto da minha residência.
Desta forma não há dia algum em que tanto eu como a minha esposa não passemos bastante tempo com eles.
A Marta tem três anos e ainda anda no JIFA. É uma jóia, muito bonita, (quem é que não acha os seus netos os mais lindos do mundo?) e além de amorosa também muito “senhora do seu nariz”. Quando quer uma coisa, quer mesmo e não há nada que lhe desvie a ideia do objectivo dela. Se por exemplo não me quiser dar um beijinho, não dá mesmo; mas se se quiser pendurar ao meu pescoço para me abraçar e dar imensos beijos, também não há nada a fazer.
É uma alegria e um prazer imenso poder ter sobre os joelhos estas criaturinhas que certamente nos irão prolongar pela vida fora.
Na verdade é algo indescritível vê-los crescer e acompanhá-los nas suas brincadeiras, nas suas birras, nos seus pedidos infantis e também nas suas ingénuas malandrices.
Claro que estas alegrias e estes prazeres também têm um preço.
Prendem-nos os tempos livres e acabam mesmo por condicionar toda a nossa actividade e até hipotéticos passeios que eventualmente programássemos.
Mas o que é isso comparado com os carinhos que deles recebemos?
Uma só palavra: Nada.
E, depois, não nos podemos esquecer daquela máxima que diz: “Quem corre por amor não se cansa” e nós não nos cansamos.
FAfonso